Desde a década de 1970, com a urgência do desenvolvimento em face à óbvia finitude dos recursos naturais, fala-se em sustentabilidade. Em torno da mesa, muitas vezes, enquanto se espera pela porção aquecida, em micro-ondas, de um processado industrializado qualquer; ou pelo cozimento lento, à perfeição dos fornos mais modernos, de um assado feito à moda da família a ser servido com boa seleção de verdes, quiçá montes de PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais) e frescos da estação.
O termo, contudo, desgastou-se já e tanto quanto os “primos” gourmet, bistrô, top e artesanal... E desde a década de 1994, quando o britânico John Elkington cunhou-a (nascia o conceito Triple Bottom Line) pensando no equilíbrio de três pilares: ambiental, econômico e social. A sustentabilidade de fato mora nos 10%, o resto é esforço de marketing. À mesa, não raro, cozinheiros e comensais contemporâneos se esquecem do óbvio: consumir é esgotar. Devorar o mundo de forma leviana ou sã é definir a paisagem que as próximas gerações verão adiante. Que responsabilidade há nas mãos em frente às gôndolas online e off-line do mundo contemporâneo... Post checado em 02 de março de 2021.