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Faz sentido desembalar, mercado

Faz sentido desembalar, mercado

| Pensamentos devorados

Érica Araium

Idealizadora de Diálogos Comestíveis, estrategista de branding, marketing e comunicação. Jornalista. Palestrante. Ávida por #MotivosParaDialogar.

Érica Araium

Idealizadora de Diálogos Comestíveis, estrategista de branding, marketing e comunicação. Jornalista. Palestrante. Ávida por #MotivosParaDialogar.


Faz todo sentido desembalar esse abacaxi. Temos #MotivosParaDialogar. O que você entende por alimento minimamente processado? Bem, uma maçã in natura é aquela à qual poderíamos recorrer numa manhã frugal e saudável. Na cena idealizada da "refeição do paraíso", ela seria consumida debaixo da macieira orgânica (é claro), com casca e tudo. Contudo, no mundo real, há o imbróglio dos agrotóxicos, da produção em escala e... Do consumidor ominichannel, conectado e mimado.

Há um abacaxi espinhudo a se descascar. Nos poupe se você é do tipo que só quer a polpa porque não apura as consequências das próprias escolhas.

 

 

Se a gente gamificar esse post, vai voltar a um mercado em que fizemos, em dois carrinhos, a representação de escolhas cotidianas. Ao longo da jornada de usuários, nos demos conta de que o volume de alimentos “in natura” e minimamente processados (lavados, embalados e porcionados) ganha espaço.

Por outro lado, os orgânicos, embalados pela lógica do “branding” de outrora, parecem haver se rendido ao marketing e, intrusivamente, jogam embalagens “descoladas”, mas nem sempre bem pensadas, “na mão” do consumidor. Já surgem alternativas ao plástico, para o bem de todos.

Para compra desembalada, mantivemos a coerência de não utilizar nenhum saco plástico de uso único: pesamos tudo fora da “sacolinha” disponível nas gôndolas virginianamente organizadas e levamos os produtos numa sacola retornável. Pesamos itens. E não nos obrigamos, assim, a levar itens a mais disso ou daquilo. Evitamos, assim, o consumo excessivo, o desperdício, a perda.

A outra “compra” possível, preguiçosa e muito mais cara, foi absolutamente recusada e devolvida aos seus lugares depois de fotografada. No dia a dia, o mamão cortado ao meio deveria ser consumido mais rápido para não estragar. O abacate fatiado também oxidaria se houvesse demora no consumo. O abacaxi perderia seu suco. Não faz sentido algum, na prática, ser assim tão “prático” o tempo todo. Para quem mora sozinho, é um “luxo”, uma conveniência ter tudo porcionado. Para uma família de três, quatro pessoas?

Agora, o que o consumidor comum ganha ao escolher a compra “desembalada”, ou ao utilizar sua sacola “retornável” ou ao ser obrigado, de fato, a pagar pela “sacolinha do mercado”? O termo “cashback”, que tanto faz sentido no e-commerce, bem que poderia ser aplicado ao cliente fiel às compras sustentáveis de suas marcas preferidas. Se percebesse o quanto “ganha” ou o quanto “remedia” com isso, será que ele se empolgaria e “reporia” parte do serviço ambiental que demandou para comer/ consumir? O problema não está na ponta final do consumo (a compra, embalada ou desembalada). Está na cadeia do alimento inteira.

Em 2020, o Dia da Sobrecarga da Terra se deu em 22 de agosto, ainda que o coronavírus tenha contribuído à minimização da Pegada Ecológica Global. Segundo o Global Footprint Network precisávamos ali de 1,6 planeta para suprir a demanda atual. Isso não é o mais preocupante. Segundo Almut Arneth, professor da Divisão de Pesquisa Ambiental Atmosférica do Instituto de Meteorologia e Pesquisa Climática (IMK-IFU), Campus Alpine do KIT em Garmisch-Partenkirchen, cerca de um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção em todo o mundo.

No entanto, pelo menos 13 das 17 metas de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas dependem da biodiversidade, incluindo a diversidade de espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas. Arneth liderou estudo internacional publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da América (PNAS) sob o título “As metas de biodiversidade pós-2020 precisam abraçar as mudanças climáticas”.

Significa dizer, trocando-se bem em miúdos, que demandar sempre as mesmas “espécies” e, assim, contribuir à expansão de sistemas agrícolas extensivos, pode pôr em xeque-mate um número maior de alimentos. Comer “o de sempre” nem sempre é bom. Comer o que há disponível, ao contrário, parece ótimo, tal ocorria na época de nossas avós.

 

 

DE VOLTA À SALADA DE FRUTAS

 

Se pensarmos na conveniência do consumo desses tempos neomodernos, podemos ir além: pela lógica, a fruta in natura do “lanche” – maçã ou abacaxi não necessariamente produzidos em sua época - estará higienizada, descascada e fatiada de maneira organizada e estética numa embalagem plástica de uso único, na sessão refrigerada do mercado e dinamizada como o lugar dos "to go" - comida fresquinha para pegar e "sair comendo".

Embora o consumidor adulto e com poder de compra tenha total condição de deglutir o que quer que seja, parece muito indigesto (ou deveria parecer, ao menos para os maduros) que, ainda mais nesta altura do campeonato, ele se sinta à vontade a preferir descascar "polietileno" com as mãos a celulose com os dentes.

Mas, o usuário sabe mesmo o que deseja?

 

 

“Se ele paga por isso, mais caro inclusive, é porque deseja”, pondera conosco a jornalista e food designer Mariana Bacci. Para a especialista, as mudanças rumo às decisões de consumo mais sustentáveis dependem de uma longa jornada de mudanças comportamentais.

“A gente tem que ter em mente que é cultural. Sem consciência e informação não se muda um comportamento e isso é uma longa jornada. Ainda mais nos dias de hoje, quando as pessoas só aceitam ouvir o que as agrada. Por isso, acredito que o design tem um papel fundamental neste redesenho. Congregar ideias e criar soluções equilibradas”, defende Mariana.

Os alimentos minimamente processados são úteis à lógica do “não tenho tempo” cotidianos. Mas, absolutamente paradoxais se pensarmos: o que leva um mercado a embalar em plástico filme um abacaxi, por si só tão excelente em sua proteção mecânica? Bem, uma fruta inteira, se porcionada, serve a duas pessoas que se entendam como “estranhas” e, por isso, venham a dividi-la, inconscientemente, no intervalo entre duas idas ao mercado. Resolve-se conveniência, valor agregado, desperdício. A couve fatiada em finas tiras e já higienizada pode resolver o almoço de logo mais. Tudo bem, em termos, também. Por outro lado, um mamão cortado ao meio e disposto numa bandeja de isopor com plástico filme serve a que propósito? Os gomos da mexerica soltinhos num potinho: qual a lógica do processamento? Tem-se somente a função mercadológica a dar as caras?

 

 

Algumas definições. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), "alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. Alimentos minimamente processados são alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado". Produtos extraídos de alimentos in natura ou diretamente da natureza e usados pelas pessoas para temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias, como sal, açúcar, óleo e farinha também são minimamente processados".

O abacaxi descascado e fatiado, o mamão cortado ao meio, o pimentão higienizado e a couve higienizada e fatiadinha entram, portanto, no ranking dos minimamente processados. Se embalados, contudo, em bandejinhas de isopor e plástico filme... Temos um alimento pronto para o consumo de um inconsequente. Quanta água foi utilizada na cadeia toda, por exemplo, para que embalagem e produto estivessem disponíveis? Um “mamão” na roda até que ponto, "shopper"?

Fato é que as escolhas que fazemos impactam a paisagem que veremos adiante. Frutas e hortaliças "feias" ou fora do "padrão" não terão vez nas refeições? Por que as marcas de orgânicos, quase invariavelmente, optam por embalagens plásticas? Por que, se num mesmo mercado, há alimentos frescos e desembalados e tantos outros embalados há quem prefira somente a "praticidade"? Quando a casca da banana deixou de ser "prática"?

Quando se teve a brilhante ideia de ampliar o potencial logístico do que quer que seja e, também, de “conservar”, por mais tempo, a produção em escala otimizada para qualquer época do ano. E produz-se, hoje, de “um tudo” em qualquer época do ano.

E, se o plástico é um problema, por exemplo, é preciso pensar em soluções inovadoras e disruptivas. Mariana Bacci, neste ponto, observa que a introdução de embalagens de papel ou orgânicas (folhas de bananeira e outras, em empórios) são apresentadas, primeiro, a nichos e, então, escaladas lentamente. “A quem tem mais cultura ou acesso à informação, a inovação é apresentada primeiro”, diz ela , referindo-se ao mercado de luxo. A quem entende e paga pelo “valor agregado”.

 

EMBALAGEM, ALGO A PENSAR

 

A professora doutora Neuza Jorge explica, em Embalagens Para Alimentos (Unesp, 2013), obra a ser muito consultada que, de maneira geral, as embalagens permitem o transporte, a distribuição e o manuseio protegendo os produtos contra choques, vibrações e compressões que ocorrem ao longo do circuito produção-dispensação.

Um bom engenheiro de alimentos sabe também que a embalagem é parte integrante do processo de preparação e conservação dos alimentos. De outro lado, qualquer bom comunicador/ designer diria que a embalagem pode contribuir à rastreabilidade de uma marca, pois é uma espécie de veículo de informação.

As embalagens primárias, que ficam em contato direto com o produto, são dispensáveis, em muitos casos. Sabe aquela sacola plástica que você pega no caixa para embalar o produto que já está embalado em plástico (ou no saquinho que você mesmo utilizou para “pesar” suas maçãs ou abacaxis)? Então. Você precisa “mesmo” dela?

 

Pense nos ovos. “A casca do ovo é uma embalagem fantástica que tem as funções de proteção físico-química e microbiológica, desde que o ovo permaneça em local seco. Só precisa de uma embalagem que proteja mecanicamente”, exemplifica Maria do Carmo Pontes, engenheira de alimentos que vive no encalço de soluções inovadoras e é consultora da FoodWorks.

Ela considera que a “embalagem”, obviamente, não é ruim. Se sustentável, melhor ainda: mandioca, fibra de coco, cogumelos, papel e plástico reciclados e outros materiais servem a projetos que, obviamente, demandam menos recursos naturais, mas mais recursos humanos (custam mais caro).

“O desenvolvedor precisa desenhar um sistema de embalagem que proteja o  produto contra de suas vulnerabilidades de forma inteligente e sustentável. E aí estão incluídos a escolha de material, o conteúdo, o custo, o quanto sobra de produto na embalagem quando esvaziadas, as perdas, etc”, pondera Maria do Carmo.

Pronto. E se pensarmos nos 3R’s da sustentabilidade? Pode-se reduzir a produção de embalagens, pode-se reutilizá-las e, por fim, reciclá-las? Que parcela de contribuição (ou que parcelas de contribuição) poderia dar um mercado ou um hortifruti ao consumo consciente ou sustentável? E o cliente/ consumidor? “Qual seria a solução? Levar seu potinho e comprar a metade? A solução está conosco. Nos nossos paradigmas. Em aprender na escola, desde pequeno, que o homem não é o centro de tudo”, avalia Maria do Carmo.

 

 

 

 

INSPIRAÇÕES

 

A União Europeia proibiu o uso de plásticos de uso único em 2019. Canadá, idem, na mesma época. A Austrália assumiu o compromisso de, até o final de 2025, acabar com o plástico de uso único e vetou o uso de embalagens de poliestireno expandido para alimentos até dezembro de 2022. Em função da pandemia de coronavírus, contudo, o que se viu, desde o início de 2020, foi o "boom" do plástico, sobretudo no novo mundo.

No Estado de São Paulo, ao menos desde 2019, supermercados, mercados, empórios e estabelecimentos afins gozam de certa licença poética para vender alimentos ensacados. Graças ao Projeto de Lei 787/2017, que acabou com a cobrança de ICMS dos produtos minimamente processados, como frutas e legumes. Significa dizer que o abacaxi e outras frutas sem casca, o alface e outras hortaliças pré-lavadas e porcionadas passaram a circular ainda mais "livremente". Em tempos pandêmicos, a comodidade pede ainda mais passagem.

Os primeiros supermercados surgiram nos anos 1930, nos Estados Unidos e, em 1950, no Brasil. É natural pensar que o formato já desgastado do design de varejo peça soluções mais orgânicas e conectadas à lógica de um planeta finito.

Em Hybrid Food Retail, Redesigning Supermarkets for the Experiential Turn, de Bernhard Franken, lançado em 2019, tem-se a noção de que, nesta década, vale à pena investir na hibridização da experiência do usuário: compras, gastronomia, eventos, coworking, hospitalidade e performances artísticas têm lugar no mesmo espaço.

O Yes Future Positive Supermarket surgiu em 2017, em Barcelona, como espécie de alento de inovação ao Movimento Zero Desperdício. Por lá, os clientes levam suas embalagens e compram tudo a granel, de chás a xampus.

Em 2021, o Linverd surgiu como o primeiro supermercado da Catalunha dedicado ao estilo de vida sem resíduos, sem embalagens plásticas e com produtos ecológicos, naturais e sustentáveis. Mesma toada do “Yes”. Por lá, nenhum plástico descartável é vendido ou utilizado. Os produtos são levados para casa em sacolas de papel 100% recicláveis entregues na loja ou nas embalagens levadas pelos compradores.

Na França, os supermercados já foram obrigados abandonar o plástico e a dedicar um quinto das prateleiras a “postos de abastecimento” que vendem produtos não embalados.

Em Berlim, desde 2014, funciona o Original Unverpackt primeiro supermercado com embalagem zero do mundo, idealizado por mulheres. As mercadorias são vendidas apenas por peso e também on-line, desde 2016, o que evita o desperdício de tempo e de alimentos.

 

 

No Brasil, em Campinas, as seções à granel já são mais comuns em lojas das redes Pão de Açúcar e Dalben. Contudo, a ode ao plástico parece estar distante de acabar e a cultura do consumidor parece não dar trégua a velhos hábitos. Em São Paulo, em bairros mais nobres, como Higienópolis, supermercados como o Madrid já oferecem orgânicos embalados em papel.

 

ECONOMIA E DESIGN CIRCULARES

 

Segundo a Ellen MacArthur Foundation, “uma economia circular é restaurativa e regenerativa por princípio. Seu objetivo é manter produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo, distinguindo entre ciclos de materiais técnicos e biológicos”. É a Lei da Conservação das Massas de Lavoisier levada a cabo. O upcycling levado a sério e constantemente. Os designers costumam dizer, aliás, que o “lixo” é um erro de design. Sendo assim, ideias catalisadoras de projetos e que não foram totalmente utilizadas podem ser tão úteis quanto produtos e sistemas – pode-se redesenhá-los para que o valor dos recursos disponíveis sirva às novas gerações.

A noção de economia circular vigora desde “Cradle to Cradle”, de William McDonough e Michael Braungart (2002). Na obra, há um esforço em definir-se métodos para o aproveitamento integral de recursos e crescimento econômico concomitante à restauração dos ecossistemas. Do berço ao berço. Os autores olham para a natureza e encontram um sistema de produção do qual poderíamos "tirar vantagens comerciais e ambientais".

Ainda de acordo com a Ellen MacArthur Foundation, “um redesenho da economia circular dos alimentos em São Paulo representa uma oportunidade de US$ 140 milhões com o potencial de reduzir as emissões de CO2 e aumentar a biodiversidade local”.

Vale à pena conferir o mini-documentário da fundação, divulgado recentemente, que a mostra transformação circular do sistema de alimentos em São Paulo - primeira cidade a aderir à rede da Fundação como parceira estratégica. O chef César Costa (Corrutela), o Instituto Feira Livre e a Du Local são alguns dos entrevistados crentes numa “revolução alimentar possível”.

 

NÃO HÁ “VILÃO”, SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS

 

Não sejamos levianos ou tolos em tentar encontrar um "vilão" para o uso exacerbado de materiais de uso único. O plástico está presente, afinal, em toda a cadeia de alimentos, do cultivo à colheita, da compra ao consumo. Pondere sobre o agronegócio. Pense nas estufas. Substitua vidro por plástico. Agora, imagine o impacto ambiental do uso e descarte deste material onipresente: das mangueiras de irrigação às coberturas de solo...

No emprego da técnica "mulching" com materiais inorgânicos, por exemplo, o solo é coberto por um filme plástico de espessura fina capaz de proteger a terra e o sistema radicular das plantas. Segundo a Embrapa (2015), esse método é capaz de minimizar o crescimento de espécies invasoras, além de diminuir as variações de temperatura e controlar insetos-praga. Pode-se, no entanto, fazer o mulching com matéria orgânica, como folhas, por exemplo.

Fato é que, graças ao aumento da frequência de fenômenos climáticos (alguém falou em aquecimento global?) encontrar frutas, flores e hortaliças "bonitos", "perfeitos" - para agradar-se ao exigente consumidor - tornou-se desafiador. Pense na salsinha ou no morango perfeitos...

O "cultivo protegido", ou a agricultura protegida, entrou em cena no Norte da Europa atender ao desejo das famílias ricas por frutas e hortaliças frescas nos períodos de inverno. Com o surgimento do plástico, principalmente do polietileno de baixa densidade, sintetizado pela primeira vez na década de 1940, a agricultura protegida ganhou os trópicos. No Brasil, como se sabe, a agricultura protegida vem ganhando cada vez mais espaço.

Segundo Ítalo Guedes, engenheiro agrônomo e pesquisador na Embrapa, a área sob cultivo de hortaliças no Brasil, no início dos anos 2020, girava “em torno dos 900 mil hectares. Em comparação, apenas a área cultivada com soja na safra 2016/2017 foi de quase 34 milhões de hectares, quase 35 vezes maior do que a área cultivada com hortaliças. Por outro lado, enquanto a produtividade da soja está em 3,3 toneladas por hectare, a produtividade de tomate para consumo in natura já se aproxima de 100 toneladas por hectare”. Os números não mentem. Há demanda pelo alimento “bonito”, “de comer com os olhos”; e fresco a qualquer hora. A despeito do ônus que tenhamos de pagar adiante.

 

 

Curiosidade: os “couros” de maçã e de abacaxi, desenvolvidos a partir da fibra de celulose extraída de suas cascas, já é utilizada no mercado slow fashion brasileiro – o estilista brasileiro Pedro Lourenço apostou nisso para criar a Zilver, por exemplo. A Asha Eco Based já desenvolveu peças diversas com abacaxi, inclusive para a Insecta Shoes, em uma collab.

 

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