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Briefing para IAs, temos!

Briefing para IAs, temos!

| Pensamentos devorados

Érica Araium

Idealizadora de Diálogos Comestíveis, estrategista de branding, marketing e comunicação. Jornalista. Palestrante. Ávida por #MotivosParaDialogar.

Érica Araium

Idealizadora de Diálogos Comestíveis, estrategista de branding, marketing e comunicação. Jornalista. Palestrante. Ávida por #MotivosParaDialogar.


As I.A.s generativas como o ChatGPT-4 e Dall-E não conhecem o contexto de nenhum conteúdo. São modeladas a partir de aprendizagem de máquina ("machine learning", em inglês) e carecem de nossos inputs e parâmetros. Não espere sensibilidade de um “robô” capaz de transitar entre zeros e uns (01) ávido por encontrar os melhores padrões.

Tenho usado as I.A.s como estagiárias de minha consultoria de branding. E tem funcionado bem na medida em que dou feedback a elas.

surprise Essa imagem acima foi feita por um profissional ou por uma IA? Pensa e me responde!

 

Por exemplo. Se estou pesquisando sobre determinado assunto, vou informando minhas coletas de dados anteriores, envolvendo a I.A. em meu núcleo de conhecimento (núcleo, pois é algo restrito).

Peço, então, que a I.A. responda de forma mais específica sobre aquele determinado assunto. Se já dei o contexto e se já a alimentei com minha base de dados (de forma enviesada, é verdade), dei argumentos para lá de dialéticos. Assim começa o diálogo e #TemosMotivosParaDialogar.

Assumo que a I.A. precisa adotar um certo tom de voz e atuar como um especialista em determinada área. Por exemplo: se estou pensando em conteúdo estratégico e construindo um release, faço o recorte técnico e peço a I.A. que me responda sobre as dúvidas que tiver como faria um jornalista ou como relações públicas. Se quiser algo mais alinhado ao universo da criação, determino que a I.A. seja tal um designer. Isso funciona bem no Dall-E.

Você muda o jogo quando aprende a dar os contra-argumentos, a corrigir a I.A. e a mostrar ao “modelo” que estamos aprendendo juntos. Peça que mude de opinião. Entre em divergência, legue mais dados. Ela pode ser mais rápida na consulta de um banco de dados muito amplo, mas eu teimo em ser mais sensível. Assim, vamos ajustando as coisas.

Justamente por isso, se não quiser que a I.A. amplie certas abordagens, digo isso: evite x ou y expressões. Funciona muito bem, também.

As imagens que ilustram este post, por exemplo, foram geradas pelo Canva, a partir de um briefing. "Foto de alimentos frescos, numa atmosfera de comida saudável, feitos à luz do dia, com luz natural, projeto de um food stylist para uma cena da série Black Mirror." O que será que o food stylist Juliano Albano vai achar disso?

 

 

E, sabe "limites"? Se a I.A. não tiver esse tipo de parâmetro, ela fará o que quiser. Se quer a resposta em um texto de 500 palavras, especifique. Se quer isso dividido em 4 parágrafos, diga. Se precisa de ajuda para desdobrar o mesmo conteúdo em taglines, títulos ou mais, assuma que você está no comando e lance essa diretriz a ela.

Quer evitar a redundância? Seja específico e peça à I.A. que encontre sinônimos para as palavras desejadas. "Ela" não sabe do contexto, lembra? Logo, fará uso de um vasto vocabulário no idioma que você houver determinado que responda, mas sem qualquer fronteira entre as bordas do bom senso.

Quer que o ChatGPT-4 responda usando fontes confiáveis? Peça a inclusão de citações/ fontes de embasamento e corrija a I.A. quando devolver a resposta.

Entenda que toda interação com a I.A. carece de CTA's. Inclusive se, quando for criar um conteúdo de marketing, precisar, ao final de seus 200 caracteres de texto, divididos em 3 linhas, incluir uma CTA e 3 hashtags fortes e relacionadas ao assunto principal, como faria um bom analista de marketing.

Bora para o chat?

 

 

DROPS DE UM MUNDO HÍBRIDO

Estive em uma gravação de podcast do CineMasters Podcast, de BrunoVargas (diretor de fotografia) e Bruno Atkinson (da punkfilm.co) a convite do meu querido Juliano Albano - entrevistado da vez pelo seu trabalho como food stylist.

Como é do meu feitio, em dado momento, questionei o trio sobre o potencial do uso de I.A.'s para a modelagem de campanhas publicitárias e de outros conteúdos pensados para o audiovisual.

O que pondero, afinal, é que todos os conteúdos relevantes, em um futuro cada vez menos distante, serão coletivamente projetados pelos hipernichos de usuários. As agências, em dado momento, precisarão ser ágeis e cocriadoras de briefings com as I.A.'s - elas farão o trabalho pesado e, imersas num molho saboroso de referências, darão conta de entregar, com precisão (e de forma disruptiva) justamente o que desejam os usuários de produtos e serviços (a audiência qualificada).

A galera não havia pensado sobre isso atá aquele momento, no estúdio. Creio que temos muitos mais #MotivosParaDialogar a respeito.

Um briefing perfeito? Com resultados estrategicamente dimensionados? Mesclados entre o real e o surreal? Sério? Sim. Tenho indícios de que esse caminho será cada vez mais híbrido, de forma irreversível. Tanto quanto tenho certeza de que o trabalho de quaisquer comunicadores será afetado pela maestria das I.A.'s (que dependem da nossa criatividade para se mostrarem excelentes). É melhor revermos conceitos. 

 

 

E você, o que pensa sobre os novos caminhos da publicidade e da produção de imagens para campanhas de alimentos - aquelas que a indústria de alimentos batalha tanto para "acertar"?

 

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