Olho por olho, dente por dente?

 

Ao pensar no contexto que vivemos, nos sentimos impotentes. De olhos bem abertos, ante ao Antropoceno, vemos assinalados os revezes da natureza.  Mudanças climáticas, perda da biodiversidade, insegurança hídrica, insegurança alimentar, fome, evolução de micro-organismos capazes de redesenhar até os nossos pensamentos.

O coronavírus convive conosco há ao menos um ano. E tem sido um bom professor de design. Nos vemos obrigados a, muito desconfortavelmente, migrar as certezas de território. A reconhecer limites. A ceder, a afrouxar as exigências. A garfar menos, a arfar mais. 

 

 

Olho por olho, dente por dente. De garfo.  

Olho por olho, dente por dente, repensamos o que levar à boca. Dente por dente, rangemos os olhos para avistar novos ângulos. Tente olhar por trás da cabeça. 

De sofreguidão em sofreguidão, pagamos o preço por séculos de desenvolvimento insustentável. Nem o mar está para peixe. Por anos a fio de excesso. Olho por olho. Dente por dente. De agressores a reajustados. 

 

 

 

Quando dizemos dos #MotivosParaDialogar, no fundo, dizemos da crença no diálogo. Nada (nem ninguém) há de vingar uma vida inteira fora de equilíbrio. Tudo (e todos) hão de se unir para encontrar soluções.

Né não? 

 

 

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