Light de corpo e alma


Já ouviu falar da Soulight? A empresa especializada em fornecer refeições simples e saudáveis prontas (take away) foi fundada em 2013 e tem sede em Valinhos (SP). E inaugurou, em abril, a primeira unidade no bairro do Cambuí, em Campinas (SP). A ideia é virar franquia. À frente da marca está a empresária Camila Giraldello, endossante sob medida. "Sempre gostei de comer comida de verdade. Gostosa, saudável, minimamente processada, sem conservantes, balanceada, sem desperdício e temperada de memória afetiva", resume. heart Conhecemos os dois endereços. E conversamos com Camila. Os #MotivosParaDialogar são muitos e, por isso, partilhamos o case aqui. A começar pela exata noção de que praticar o Slow Food no dia-a-dia é possível e, de papo de bicho grilo, tem nada. wink 

Camila Giraldello, empresária à frente da Soulight:
Camila Giraldello, empresária à frente da Soulight: "É preciso estudar a relação com os alimentos. Elas mudam ao longo do tempo e, também, a forma como comemos". Fotos: Érica Araium.

 

Além de produtos saudáveis, funcionais e sazonais (refeições completas, shakes, sucos e doces), a marca oferta dietas personalizadas mediante acompanhamento nutricional semanal. Em suma, faz-se uma consulta com um dos nutricionistas e o menu diário, balanceado, é entregue ao cliente de forma programada.

"É muito mais importante pesquisar e saber exatamente quais são as possibilidades de um modelo de negócios inovador que deixar-se levar por modismos e abrir uma empresa às escuras. Estudo à exaustão e mapeio o mercado há tempos", salienta Camila.

 

qual a expertise?

Formada em Comunicação Social – Propaganda e Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em 2007, Camila mudou-se para Sevilha, na Espanha, onde rumara para estudar cinema. Decidiu estudar gastronomia na Escuela de Hostelería de Sevilla e trocar a rotina puxada das agências por outra "ainda mais exigente apaixonante": a da cozinha. Isso foi em 2010. No retorno ao Brasil, estudou nutrição e fez mais uma série de cursos relacionados às duas últimas áreas (nutrição e gastronomia).

Aos poucos Camila vem se conectando a quem, como ela, faz a economia regional pulsar. Ainda não conseguiu inserir 100% de produtos orgânicos no menu da Soulight, mas gaba-se dos ousados 70% conquistados até aqui. Assim, a pegada ecológica diminui e, nutricional e culinariamente, o alimento se torna mais interessante.
 
Ao escolher comprar de um produtor local, a rastreabilidade, inclusive, pode ser posta em prática. Ganham o consumidor e a economia local. Confira a entrevista em vídeo de Camila Giraldello no canal de Diálogos Comestíveis no Youtube.

 

 


"A gente não tinha esse olhar atento para a alimentação saudável. Hoje, todos sabem que estamos alinhando os passos em função da longevidade".
Camila Giraldello, da Soulight.

 

 

Tendências mapeadas


É óbvio. Faz muito mais sentido consumir localmente, de produtores orgânicos, preferencialmente, e nas épocas em que, nada forçosamente, tem-se os melhores insumos (auge da maturação, cor, sabor, textura, aroma etc) é exaltar, também, saberes - respeitar o savoir-faire, o know-how de quem vive o campo (e, por isso, muitas vezes, no campo) e a biodiversidade.

O processamento é mínimo e a adição de conservantes e realçadores de sabor proibida. A fim de assegurar o máximo sabor, as fichas técnicas decretam os métodos de cocção mais adequados aos preparos - e ai de quem não observar. O ultracongelamento e a embalagem à vácuo asseguram a conservação do alimento (self-life alongado).

E o que é light, afinal? "Um frango grelhado feito com óleo comum, feito na chapa, e servido com uma saladinha, como vemos na maioria dos lugares? O termo, sabemos, está bastante desgastado. O que fazemos é usar as melhores técnicas para preservar o sabor e a textura dos alimentos. A higienização, no pré-preparo, é feita em ozônio. Na finalização, antes de embalarmos as porções a vácuo, utilizamos o ultracongelamento. Temos um forno combinado adequado que nos ajuda a padronizar processos e cozinhar de forma mais precisa. Utlilizamos o sous vide em muitas receits. Empregamos insumos mais benéficos à saúde, inclusive em refogas e frituras, caso do óleo de coco. Enfim, a ideia é apresentarmos ao consumidor final um produto cujo balanço nutricional seja adequado e cujo sabor seja delicioso. E, ainda, preservamos o planeta por meio de um consumo mais consciente. Da carne do abacaxi à casca, por exemplo, tudo é aproveitado", observa Camila.

 

A ideia da Soulight é
A ideia da Soulight é "apresentar ao consumidor final um produto cujo balanço nutricional seja adequado e cujo sabor seja delicioso".

 

A empresária conta que, além de investir em equipamentos e numa consultoria especializada (Sebrae/ Ital), reviu o layout do imóvel que acolhe a sede e a cozinha principal da Soulight em Valinhos e até adaptou utensílios para minimizar o desperdício. Às cubas padrão GN, por exemplo, criou um cortador/ porcionador mais adequado. Quer saber mais sobre a empresa? Escreva: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Ou ligue para: (19) 3869-3199 (Unidade Valinhos).
 

 

Sustentabilidade na ficha técnica

"Dentro do conceito "tempo é dinheiro", o crescimento das indústrias alimentícias e a demanda da população mundial fizeram com que a produção de alimentos fosse aumentada em um breve espaço de tempo. Os vegetais precisam amadurecer mais rápido, inclusive fora de época; assim como os animais precisam crescer e atingir logo o peso ideal de abate. Claro que, para que tudo isso aconteça, mais agrotóxicos superpotentes têm sido utilizados em larga escala, alimentos transgênicos ganham a preferência de agricultores e o meio ambiente sempre cada vez mais prejudicado com o desmatamento e a poluição de rios e solos. E claro, o homem também está sendo cada vez mais exposto a substâncias nocivas à saúde".

Pessoas e empresas mais conscientes têm tornado essa relação entre alimentação e a sustentabilidade cada vez mais próxima nos últimos anos. Os consumidores tendem cada vez mais a procurar uma forma de se alimentar que leve em consideração a maneira como o alimento foi cultivado, produzido e o impacto dessa produção no meio ambiente. 

Dentro desse conceito, a Soulight passou a adotar cada vez mais produtos orgânicos. Hoje, 70% dos ingredientes que utilizamos no nosso cardápio é orgânico. Ainda não conseguimos bater a meta dos 100%, pois o custo de alguns produtos torna inviável essa prática, e há grande dificuldade em achar alguns itens orgânicos disponíveis em embalagens institucionais para produção em larga escala.

Além disso, não há incentivo do governo para que os produtores e agricultores mudem a forma de plantio ou abate. Por isso, procuramos sempre comprar de produtores locais, pois conhecemos a forma de plantio, eles gastam menos combustível, recursos naturais e geram riquezas para a população local. Muitos desses agricultores não têm o certificado de orgânico, ou porque não têm o conhecimento ou por falta de recursos para adquirí-lo, mas fazem o cultivo sem uso de agrotóxicos, fertilizantes ou pesticidas, sempre em harmonia com o meio ambiente e valorizando o homem do campo.

Outro motivo pelo qual esse tipo de gastronomia sustentável tem se tornado uma forte tendência e vem sendo cada vez mais utilizada pelos chefs de cozinha é pelo fato de que produtos orgânicos acabam por agradar mais o paladar, tornando a escolha e o preparo dos alimentos mais equilibrado. Além do que, os produtos orgânicos têm maior durabilidade e evitam desperdícios. Falando nisso, reaproveitar os "restos" também é importante. Contribui para quem quer manter uma alimentação sustentável e também ajuda a enriquecer a dieta com mais nutrientes que só são encontrados nas cascas ou outras partes que passaram a não ser mais dispensadas: na Soulight utilizamos a polpa do abacaxi para fazer sucos e muffins e a casca para fazer os nossos suchás, os caules da couve são batidos no suco verde e as folhas vão para o mix verde, as sementes das frutas e legumes também podem são reaproveitadas. Ao triturá-las no liquidificador e misturá-las com linhaça nós fazemos uma farofa rica em fibras, vitaminas e minerais.

 O forno em que todos os pratos são preparados é desenvolvido em parceria com universidades, pesquisando soluções que economizem os recursos. O engajamento da empresa continua com certificação ambiental, recolhimento e reciclagem de equipamentos antigos e eles reduziram as emissões de CO₂ pela metade nos últimos cinco anos nos seus prédios administrativos e indústrias.

O equipamento de cocção multifuncional também contribui para a eficiência de energia e recursos nas grandes cozinhas, conforme comprovado pelo projeto prático da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique: "Os valores de 34 % menos consumo de energia e 53 % menos consumo de água na grande oferta culinária favorecem amplamente o uso de equipamentos de cocção multifuncionais na prática da cozinha".

 O forno possui três certificados internacionais: 1)Sistema de gestão de qualidade desde 1996 segundo ISO 9001. 2) Sistema de gestão ambiental: desde 2010 segundo ISO 14001: com isso, tem o direito de usar o logo "Lean and Green", uma cooperação entre a indústria e a consultoria especializada na redução dos custos com energia na indústria de produção. 3)  Sistema de gestão energética: desde 2016 segundo ISO 50001".

 

"O engajamento da empresa continua com certificação ambiental, recolhimento e reciclagem de equipamentos antigos e eles reduziram as emissões de CO₂ pela metade nos últimos cinco anos nos seus prédios administrativos e indústrias", defende Camila Giraldello.

 

 

No MINDSET de Diálogos Comestíveis


Como distinguir ondas (modinhas) de tendências em gastronomia? Esqueças as pesquisas, calejadas pelo comportamento tendencioso do consumidor, em muitos casos - o gosto é subjetivo e reflexo do meio, que auxilia na construção do repertório, vale lembrar.

Ajuda observar-se atentamente os comportamentos de forma programada e contextualizada (ou seja, no mesmo ponto da linha do tempo de forma a estabelecer-se uma comparação mais precisa, em diferentes pontos do globo. Devagarinho, vê-se que hábitos até então "estranhos" ao universo gourmet/ foodie, aos poucos, tornar-se óbvios e replicados em maior escala pelo insight que o pioneirismo de determinada tribo/ empresa representa. Assim, passa-se à segmentação de mercado e avança-se à construção de nichos, prontos para serem explorados tanto pelo empreendedor e pela grande indústria.

Diálogos Comestíveis monitora tendências e colhe insights, a partir da análise de cases, a todo o momento. Nosso olhar não se aparta, por exemplo, de termômetros como o gerado pelo Global Food Forums, organização que promove, periodicamente, debates sobre tendências para o setor de alimentos e bebidas; e da National Restaurant Association, entidade estadunidense com olhar dedicado ao mercado ianque e que aponta trends que perdurarão a curto prazo nas Américas (projeção). O Brasil Food Trends 2020 também é bastante útil.

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Se o que você pretende é aplicar os insights para o seu negócio de forma estratégica, e com foco no mercado local, temos muitos #MotivosParaDialogar. Faça um orçamento para a consultoria de comunicação e marketing de Diálogos Comestíveis: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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Sabemos que estão em alta os insumos sazonais e  os produtos ofertados por tempo limitado, feitos para o mindset "gotta get it now" - senso de exclusividade na oportunidade. Há uma sensação de pertença na noção de "estou consumindo o que é melhor para a minha saúde". E ai de quem ficar de fora dessa onda hype. Mais ou menos como o FOMO da comunicação/ BIG DATA - "fear of missing out”, ou medo de ficar por fora. Consumidores conectados podem se tornar influenciadores e advogados de marca facilmente, #ficaadica.

E, já reparou nos rótulos? A onda Clean Label é forte. "Sem glúten, sem conservantes, sem sal, sem isso e aquilo". Alimentos sem adição de conservantes e aditivos, pela ode à saudabilidade, passam a fazer muito sentido. Há ânsia do consumidor por  alternativas mais naturais aos tradicionais alimentos industrializados disponíveis nos mercados. Ele pede por transparência e exige saber o que consome. Pronto. Diga dos benefícios (e não dos malefícios excluídos, "pelamor").

É bom nos lembramos de que a saudabilidade está em voga desde a década de 1990, em muito embalada pelo  movimento internacional Slow Food,  engendrado pelo jornalista Carlo Petrini, em 1986 e que, hoje, conta com núcleos/ convívios locais em mais de 150 países. E que o coonceito de sustentabilidade (ou triple bottom line, o tripé da sustentabilidade, que considera as dimensões econômica, social e ambiental coexistindo em harmonia) surgiu na mesma época. E que, ambos, derivaram da noção, ainda na década de 1970, em meio ao deslanchar da indústria de alimentos, da tecnologia servil ao ruralismo (Revolução Verde) e das redes de Fast Food... Quando passou-se a pensar em desenvolvimento econômico num contexto de finitude dos recursos naturais, de necessidade de reconexão e respeito às pessoas (e aos produtores de matérias-primas/ commodities). Embale Slow Food e sustentabilidade para o presente pensando no futuro.

Quer saber mais sobre Slow Food e Sustentabilidade? Entre em contato conosco e nos convide para uma palestra!

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